A
vazante do rio Negro continua “lenta” este ano, quando comparada com a
de 2013, nos meses de agosto e setembro. Apesar disso, pesquisadores do
Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em Manaus, acreditam que a vazante
de 2014 fique dentro da normalidade. Pelos dados atuais, também não é
possível afirmar que a enchente do ano que vem fique acima do esperado. O
pesquisador da Gerência de Hidrologia e Gestão Territorial do CPRM,
André Martinelli dos Santos, explicou que, neste ano, ocorreram dois
fenômenos hidrológicos críticos que podem ter influenciado o retardo na
descida das águas do rio Negro.
O
primeiro é que, no ano passado, o rio não vazou tanto quanto o
registrado em 2012, e, portanto, a cheia deste ano começou com uma cota
de água elevada. “O nível da vazante do rio não atingiu valores de
acordo com as médias da série histórica, ocasionando um início de cheia
com cota elevada em 2014”, explicou.
O
segundo fenômeno foi a cheia histórica do rio Madeira, que atingiu os
Estados de Rondônia, Acre e Amazonas, desabrigando milhares de famílias.
Essa enchente, na visão do pesquisador, pode ter dificultado o
escoamento normal das águas do Amazonas. Embora, os pesquisadores ainda
estejam avaliando se esta possibilidade é verdadeira para justificar o
quadro atual da vazante. “Apesar disso, o Serviço Geológico do Brasil
(CPRM) aponta para uma tendência de normalização dos dados para a
vazante atual", afirmou.
Rio Negro
Em
julho deste ano, a cota do rio Negro ficou na casa dos 29 metros
durante todo o mês, conforme dados estatísticos do Porto de Manaus.
Somente em agosto, a vazante foi mais intensa. Ontem, o nível do rio
Negro estava em 25,43m; no dia 17 de setembro do ano passado, a cota
registrada foi de 24,60m; em 2012, na mesma data, o nível estava em
21,68m; e no ano de 2011, foi de 20,41m. De acordo com o chefe do setor
de Hidrologia do Porto de Manaus, Valderino Pereira, há mais de 20 anos
realizando as medições do rio Negro, tradicionalmente setembro é o
período em que são registradas as baixas mais significativas. “Temos
ainda mais de um mês para que ocorra a máxima de vazante”, estimou
Valderino.
Números
O
Relatório da Vazante 2012 - Manaus, elaborado pelo Serviço Geológico do
Brasil (CPRM), mostrou que, no período de 1902 a 2012, a menor cota do
rio, registrada na estação Porto de Manaus foi observada em outubro de
2010 - 13,63m, superando a marca registrada no ano de 1963, que havia
atingido 13,64m no dia 30/10/1963. A terceira maior vazante ocorreu em
1906, com 14,20m.
Represamento
As
vazantes e cheias que ocorrem na orla de Manaus e seu entorno, ainda
conforme o relatório, são regidas, em sua maior parte, pelo volume
d’água do rio Solimões, que provoca o represamento das águas do rio
Negro, na região do Encontro das Águas. O tempo médio de descida das
águas no período de vazante em Manaus é de aproximadamente quatro a
cinco meses.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Vazante-influir-proxima-Rio-Negro_0_1213678661.html
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