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8 de dez. de 2014

Descaso nas escadarias da Manaus Moderna.


Um cone velho, pouco percebido, funciona como sinal de alerta aos usuários
Um cone velho, pouco percebido, funciona como sinal de alerta aos usuários (Lucas Silva )
Foi sofrível ver o deficiente físico Carlos Roberto Ferreira Martins, 53, descendo uma das escadas de ferro da Manaus Moderna que está com dois degraus quase que desabando, corroídos pela ferrugem, a mais de dez metros de altura do solo. O mesmo risco correu a doméstica Cleviane dos Santos, 21, com uma sombrinha na mão direita e um filho de nove meses no braço esquerdo.
Como eles, milhares de outras pessoas se deparam com essa realidade todos os dias, dentre elas, trabalhadores braçais carregando, na cabeça, pesados objetos e mercadorias.
O carregador Raimundo Elias, de 53 anos, dos quais 20 são trabalhando na área, lembra que há duas semanas passou por uma situação difícil. “Eu ia carregando uma geladeira e, quando vi o estado da escada, tive que voltar para descer pela outra porque corria risco de cair. Aqui nessa Manaus Moderna já morreu muito carregador com mercadoria na cabeça”, relata Elias.
A escada, como as outras duas existentes na orla foi construída pela Prefeitura de Manaus, mas a responsabilidade pela manutenção é dos proprietários de balsas que servem de ancoradouro para a maioria de barcos regionais que transportam passageiros.
Paulo Roberto Pereira, 41, filho do empresário Pedro Paulo Pereira, dono da “Balsa Amarela”, responsável pela manutenção da escada que está oferecendo riscos, admitiu o compromisso e prometeu que, até a próxima semana serão feitas as reformas necessárias. “Todos os anos nós reformamos. Até a próxima semana o problema estará resolvido”, garante.
OUTRO RISCO
Outro problema grave é o quadro de deterioração em que se encontram as muretas que deveriam proteger o calçadão que se estende por toda a extensão da Manaus Moderna. Ao contrário das escadas, a manutenção é de inteira responsabilidade da Prefeitura. Desde que foi construída, há mais de 20 anos, a estrutura nunca foi reformada.
A calçada está cheia de buracos, que além de representarem um grande risco para quem transita na área, estão servindo de lixeira e até transformados em fogão, provavelmente por moradores de rua, visto que os vendedores de churrasco foram retirados do local pela Prefeitura de Manaus.
O autônomo Marlon Batista, 33, que trabalha há 12 anos na Manaus Moderna, acreditou que a retirada dos vendedores de alimentos, do calçadão, significasse o início de um processo de reforma na orla. Puro engano.
“Não adiantou a Prefeitura retirar os vendedores se não veio reformar. O problema ficou mais exposto ainda”, reclama Batista.
Problema por falta de opção
Quanto ao estado de deterioração das muretas que acompanham o muro de arrimo da Manaus Moderna, a opinião de todos que trabalham naquela área é unânime em afirmar que a estrutura está destruída devido à ancoragem de embarcações, na época da enchente.
Como não foram colocadas argolas no muro de arrimo, os comandantes são obrigados a amarrar suas embarcações diretamente na mureta. Com o balanço das águas do rio e o peso das embarcações, a estrutura não resiste e vai se quebrando. “Se não fosse de concreto, já tinha caído era tudo”, detona o carregador Raimundo Elias, 53. Ele também denuncia uma rampa de concreto, que serve de escada durante a seca do rio. “Um dos blocos já cedeu e falta pouco para desabar. Quando passo com muito peso, chega a balançar. Se não resolverem rapidamente, vai morrer mais gente aí”, alerta o carregador.
http://acritica.uol.com.br/manaus/manaus-amazonas-amazonia-escadaria-Manaus-Moderna-populacao-riscos-seguranca-degraus-abandono-cotidiano-perigo_0_1262273765.html

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