O
documento lista em quatro capítulos as condutas vedadas aos agentes
públicos da Prefeitura de Manaus durante o período eleitoral. O texto
toma por bases as vedações previstas pela Lei Federal nº 9.504 - a Lei
das Eleições - e duas resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por
agente público, o decreto baixado por Artur define aqueles que exercem,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades integrantes da
prefeitura.
Entre
as condutas vedadas tratadas no decreto está fazer ou permitir uso
promocional em favor de candidato, de partido ou coligação. O texto
também ressalta que servidor da prefeitura não pode ser cedido ou
prestar seus serviços, durante o horário de expediente, para comitês de
campanha eleitoral de candidato, partido ou coligação.
Também
está vedado na prefeitura utilizar cartazes, adesivos ou qualquer tipo
de peça publicitária nas dependências internas do local de trabalho, em
veículos oficiais ou custeados com recursos públicos.
Assim
como a utilização, em horário de expediente, de camisetas, bonés,
broches, dísticos, faixas e qualquer outra peça de vestuários alusiva,
ainda que indiretamente, a candidato, partido político ou coligação.
O
parágrafo único do capítulo 2 do decreto estabelece que as condutas
vedadas tratadas no referido artigo serão imediatamente suspensas pela
autoridade hierarquicamente superior ao responsável por sua prática, tão
logo delas tenha ciência, sob pena de responsabilidade.
As
proibições se estendem ainda à divulgação da imagem ou nome de
candidato, partido político ou coligação em discursos e solenidades
oficiais promovidas pela Prefeitura de Manaus.
Cabe
aos ocupantes de cargos de direção orientar e advertir os servidores
sob sua direção quanto às proibições, condutas e cuidados a serem
adotados no desempenho de suas funções. E comunicar aos seus superiores
hierárquicos a ocorrência de qualquer conduta errada de quem tenham
conhecimento.
‘Vou ser um cabo eleitoral’
Quando
declarou apoio à reeleição do governador José Melo, no dia 22 de junho,
o prefeito de Manaus, Artur Neto, disse que iria se virar em dois para
fazer campanha para o aliado. “Vou me dividir em dois. Fora do
expediente, vou ser um cabo eleitoral muito claro da melhor chapa”,
disse o prefeito.
O
vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão (PPS), também está envolvido
diretamente nas eleições desse ano. Depois de ensaiar uma
pré-candidatura ao governo, Hissa se candidatou a deputado federal.
Além
de envolvidos da disputa eleitoral, Artur e Hissa participam do pleito
brigados e em lados opostos. Enquanto o primeiro fechou com José Melo, o
segundo pede votos para o candidato ao governo do PMDB, o senador e
ex-governador Eduardo Braga.
Artur
e Hissa romperam no final de 2013, quando o vice-prefeito foi retirado
da chefia da pasta de Infraestrutura, ao negar pedido do prefeito que
queria que ele dissesse que não seria candidato em 2014.
Comentário: Afrânio Soares, analista político
"A
utilização da estrutura da máquina pública interfere, mas não decide
uma eleição. Se decidisse, teríamos resultados diferentes nas últimos
eleições municipais. Em 2008, o Omar Aziz era o candidato do governo
para a Prefeitura de Manaus e não se elegeu. O próprio Amazonino
(Mendes), quando perdeu para o Serafim (Corrêa), em 2004, foi totalmente
amparado pelas duas máquinas (Prefeitura de Manaus e Governo do
Amazonas). E o Serafim era prefeito quando perdeu para o Amazonino
(2008). É claro que o candidato com o apoio da máquina aumenta suas
condições, seu poder de barganha, mas não é suficiente para decidir a
eleição, principalmente em se tratando da capital. Isso explica o
interesse que sempre houve em angariar apoiadores nos municípios, como
prefeitos e personagens que têm influência junto à população. No
interior ainda tem um peso, mas também não é mais tão decisivo. Assim
como Manaus, alguns municípios hoje têm duas ou mais forças políticas.
Isso cria uma divisão de forças. Então, quanto mais pensamentos
diferentes, menor a chance de um grupo conseguir a hegemonia no
eleitorado."http://acritica.uol.com.br/manaus/Decreto-Artur-Neto-prefeitura-Manaus_0_1171682821.html#comentarios
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