Alunos da rede estadual de ensino de Santarém, no oeste do Pará, realizaram uma manifestação no final da tarde desta sexta-feira (8), como forma de demonstrar apoio às reivindicações dos professores, que entraram em greve no dia 4 de novembro. No estado, a paralisação já dura 48 dias. O grupo formado por professores e alunos saiu da Praça São Sebastião e percorreu as ruas até o Parque da Cidade, onde acontece o 6º Salão do Livro do Baixo Amazonas.
Os profissionais da educação reivindicam, principalmente, o pagamento retroativo do piso salarial nacional, o Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCCR), e melhores condições de trabalho. Os professores do ensino modular já haviam aderido à paralisação estadual. Os do ensino regular engrossaram o movimento somente no dia 4 de novembro.
“O estado do Pará tem os piores índices, e quando os professores reclamam, a população não leva a sério. Quando fala que a escola está caindo, que o governo não investe em educação, ninguém acredita. Hoje os alunos de Santarém estão mostrando que eles também estão incomodados com essa situação. Esse movimento é dos alunos, onde nós, do movimento grevista, estamos participando”, explica o professor do sistema modular de ensino, Cristiano Lima.
Ele alega que o governo estadual não está disposto a discutir com o movimento. Segundo ele, as reivindicações não estão sendo atendidas. “O governo diz que não dá para atender as pautas das reivindicações, o que é uma mentira. Uma das pautas é melhorar os espaços, porque tem escolas que estão caindo. Não queremos reformas mentirosas, só pintar e dizer que está pronta. Não é assim, queremos oferecer qualidade para os nossos alunos para os profissionais da educação, também, para trabalhar com dignamente”, argumenta Lima.
A estudante da 8ª série da Escola Estadual Pedro Álvares Cabral, Jacira dos Santos Gonzaga, de 15 anos, conta o motivo dos alunos realizarem a manifestação. “A importância dessa manifestação é para mostrar que nós estamos lutando junto com os professores, para mostrar que não é uma luta independente. Para chamar a atenção da sociedade, porque nós queremos ter aula, queremos ter uma escola decente”.
As escolas José de Alencar, Moraes Sarmento e Álvaro Adolfo são as únicas, de Santarém, que não aderiram à greve.
Em reunião realizada na noite desta sexta-feira (8), em Belém, os professores da rede estadual decidiram manter a greve. Na próxima terça-feira (12), a classe volta a se reunir.
O governo do estado já garantiu o pagamento do retroativo do piso salarial referente a 2011 aos professores estaduais a partir de janeiro de 2014. O valor dos retroativos é de R$ 72 milhões. O anúncio foi feito durante uma audiência de conciliação nesta sexta-feira (8), à tarde, no Tribunal de Justiça do Estado (TJE-PA), em Belém.
Pautas de reivindicação
Reforma e estruturação das escolas e oferta de material didático;
Enquadramento dos funcionários de escola no PCCR;
Eleições diretas para a direção das escolas estaduais;
Jornada de trabalho com garantia de no mínimo 1/3 para hora atividade;
Regulamentação das aulas suplementares na forma da lei;
Efetivação da Lei espacífica do Modular;
Pagamento retroativo do PSPN de 2011,
Realização imediata de concurso público;
Qualificação profissional para trabalhadores.
http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2013/11/estudantes-fazem-manifestacao-em-apoio-greve-dos-professores.html
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