A lei que institui o Programa Mais Médicos está publicada na edição de ontem (23) do Diário Oficial da União. O texto foi sancionado na terça (22) pela presidenta Dilma Rousseff,
em cerimônia no Palácio do Planalto.
Criado por medida provisória
editada em julho e aprovada na semana passada pelo Congresso Nacional, o
programa tem o objetivo de levar médicos para regiões consideradas
prioritárias e com carência desses profissionais, como as periferias das
grandes capitais e o interior do país, além de aprimorar a capacitação
dos profissionais.
Alvo
de críticas das principais entidades médicas do país, principalmente
por contratar profissionais estrangeiros sem a necessidade de passar
pela revalidação do diploma, a proposta enviada pelo governo foi
alterada pelos parlamentares durante a tramitação no Congresso. Uma das
mudanças transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade de
emitir o registro provisório para que os médicos com diplomas do
exterior possam trabalhar no programa. Antes, a emissão era feita pelos
conselhos regionais de Medicina (CRMs).
O decreto que trata do assunto também está publicado hoje no Diário Oficial da União.
De acordo com o Ministério da Saúde, em decorrência dos atrasos na
concessão do documento pelos conselhos, 196 profissionais ainda não
começaram a trabalhar.
Com
a mudança, a partir desta semana, todos os estrangeiros participantes
do programa começam a receber o registro, que é uma declaração
provisória para exercer suas atividades nos municípios até que a
carteira fique pronta. A carteira funcionará como uma cédula de
identidade médica, elaborada especificamente para o programa, e será
produzida pela Casa da Moeda, devendo ser entregue em 30 dias.
A
cédula de identidade do médico, que terá validade de três anos,
autoriza o exercício da medicina exclusivamente na atenção básica, em
atividades do programa e apenas nos municípios para onde os
profissionais foram designados. O nome da cidade vai constar na
identificação. Para emissão do registro serão exigidos os documentos
previstos na lei, como o diploma de graduação e habilitação para o
exercício da medicina em um país com mais médicos que o Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, a relação dos primeiros médicos que receberão a declaração será publicada no Diário Oficial da União
ainda esta semana. A mesma lista, incluindo dados como nacionalidade,
número do registro e cidade de atuação, será encaminhada aos conselhos
regionais de Medicina, que continuarão responsáveis por fiscalizar a
atuação dos profissionais do programa.
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