Pelo menos 101 pessoas morreram após a passagem da supertempestade
Sandy pela Costa Leste dos EUA, segundo balanço das autoridades
divulgado nesta sexta-feira (2). O estado de Nova York contabiliza o
maior número de mortes, 49 – 41 delas apenas na cidade de Nova York. O
bairro de Staten Island é o que mais sofreu com as enchentes.
Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de
eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14
pessoas mortas.
As autoridades locais advertem o perigo do uso de geradores: cinco
pessoas morreram desde segunda-feira, envenenados por monóxido de
carbono.
A energia começava a voltar nesta sexta às áreas de Nova York mais atingidas,
mas boa parte dos nova-iorquinos não esconde sua revolta com a demora
do restabelecimento da eletricidade e as filas intermináveis nos postos
de gasolina.
O prefeito Michael Bloomberg anunciou que cerca de 70 mil lares de Nova
York recuperaram a eletricidade desde quinta-feira, mas que 460 mil
ainda continuam sem luz.
Posteriormente, a Con Edison, principal distribuidora de eletricidade
de Nova York, informou o restabelecimento da energia para 65 mil
clientes do sul de Manhattan.
Segundo a companhia, a luz voltou aos bairros de East Village e Lower
East Side, mas o apagão persiste em 400 mil residências, sendo 160 mil
no sul de Manhattan.
A Con Edison admite que a volta da energia elétrica a certas áreas da
cidade, como Queens e Staten Island, pode tardar até 11 de novembro.
Diante deste quadro, a realização da maratona de Nova York era alvo de
severas críticas e o jornal New York Post publicou a manchete "Abuse of
power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia"), com uma
foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.
A pressão fez Bloomberg cancelar a prova, de última hora, após defendê-la até a tarde desta sexta-feira.
"Decidimos cancelar a maratona de Nova York. O New York Road Runners
(clube que organiza a corrida) fornecerá informações adicionais aos
inscritos nos próximos dias. Não queremos correr o risco de ter
problemas com os participantes e preferimos anular a corrida", explicou o
prefeito.
A maratona deveria reunir 47 mil corredores do mundo inteiro, e muitos
reservaram passagens e hospedagem com meses de antecedência.
Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um
milhão de refeições aos atingidos, a frustração é intensa nas áreas mais
afetadas, como Staten Island.
As críticas também atingem os fornecedores de eletricidade, que lutam
para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas
pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o
aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos
bairros afetados.
O fornecedor já reconectou 385 mil clientes desde segunda-feira, com a
ajuda de milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas
eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que
ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova
York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.
O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite de quinta-feira
para dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes,
precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes para não
tirar partido da situação aumentando seus preços.
Táxis sem gasolinaQuanto ao transporte, os ônibus
circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de
forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long
Island (leste) e para os subúrbios do norte.
Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por
dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem
eletricidade.
Portal G1
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