Um dos mais recentes pontos turísticos
de Manaus, que custou 1,099 bilhão aos cofres públicos, está entregue à
marginalização. A Ponte Rio Negro, única que atravessa o trecho
brasileiro do Rio Negro, sendo considerada a maior ponte fluvial e
estaiada do Brasil, vem sendo tomada por jovens consumidores de droga,
disputa de rachas, cenas de atentado violento ao pudor dentro de carros,
além de vendedores ambulantes de frutas e bebidas alcóolicas.
A
situação foi levantada pela reportagem de A CRÍTICA junto aos
frequentadores assíduos do local, como moradores do entorno que praticam
caminhada no local e ciclistas. Todos foram unânimes: a irregularidade
na iluminação nas duas cabeceiras da ponte é um dos fatores que mais
contribui para a criminalização do ponto turístico.
A
partir das 21h, pequenos grupos de jovens dominam o passeio de
pedestres nos dois lados da obra, principalmente na primeira metade do
trajeto a partir de Manaus. Desse horário em diante, não é mais seguro
caminhar na ponte, segundo a cabeleireira Maya Santos, 24. “Tem dia que
fica tudo apagado, principalmente nesse primeiro trecho, até a metade da
ponte. Aí, fica perigoso porque dá muito drogado. Eles consomem na cara
dura, nem fingem, como se fosse tudo liberado”. Maya disse que evita
levar celular ou qualquer outro objeto, com medo de ser assaltada. “Isso
aqui era pra ser um ambiente familiar, é uma área muito bonita da
cidade”, afirmou a cabeleireira que mora no bairro Compensa 3.
Os
irmãos Margarida e Jair Vasconcelos caminham quase todos os dias no
local e afirmam que se sentem inseguros. “Fica cheio de ‘cheira cola’.
Ainda venho aqui porque é perto de casa, mas meu irmão sempre está junto
pra fazer companhia”, afirmou Jéssica que é moradora do bairro Compensa
3. Jair é morador do Centro, mas se desloca para acompanhar a irmã.
Moradores
do mesmo bairro de Jéssica, Renê Martins e Rogério Martins nunca foram
assaltados e, por isso, continuam a fazer caminhada. No entanto, eles
afirmam que sentem medo, “porque nunca se sabe o que pode acontecer no
escuro”. Para eles, a falta de iluminação favorece o consumo de maconha
no local.
“Muitas vezes a gente vem,
mas os postes estão apagados, dos dois lados da pista, até o meio da
ponte”, explica a estudante Thalita Azevedo que sempre caminha
acompanhada da amiga, Evellyn Naianne. Ela também concorda que a falta
de iluminação “interfere na segurança”. “Aqui é muito aberto, vem muita
gente, não é legal que fique escuro”.
Furtos
De
acordo com o departamento de Serviços de Iluminação Pública (DSIP) da
Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), cabos foram furtados do
local, “o que ocasionou o comprometimento da iluminação na área”. A
secretaria informou ainda que equipes da concessionária Manaus Luz já
estão trabalhando no local e que esse tipo de vandalismo é muito comum
em todas as zonas geográficas de Manaus.Fotos: Evandro SeixasNa semana
passada, A CRÍTICA registrou cenas de motociclistas transformando a
ponte em pista de corrida e colocando em risco a vida deles próprios e
dos que usam o acostamento para fazer exercícios físicos.
http://acritica.uol.com.br/manaus/Ponte-Rio-Negro-vira-marginalidade_0_997100322.html
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