Manaus é
uma cidade de contrastes. A frase comumente dita pela população e por
visitantes que chegam à capital amazonense pode ser comprovada sob
óticas diversas. A 36 dias de completar 344 anos, a “cidade sorriso”
continua como berço de mistura rica entre povos e culturas. A cada ano a
realidade do município muda a contar pela população. Apenas em três
anos, o número de habitantes de Manaus passou de 1.802.014 para
1.982.179, um salto populacional de 180.014, ou seja, uma diferença de
9,9% entre 2010 e 2013, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, Manaus tinha 1.405.835
habitantes.
O contraste está no povo
composto por quem nasceu e quem adotou Manaus. A população de Manaus é
quase 2 milhões de habitantes, mas parte deles é migrante. Para se ter
idea, existem 199 mil paraenses no Amazonas, a maioria esmagadora em
Manaus, o que representa 5,4% do total da população do Estado. Segundo o
IBGE, a colônia paraense é a maior entre os migrantes no Estado,
seguida dos acreanos com 1,8%, o que corresponde a 67 mil pessoas e
maranhenses com 1,3% da população.
O
crescimento populacional se reflete em pujança para alguns e necessidade
para outros. Enquanto bairros considerados nobres para moradia e
comércio se fortalecem, a periferia continua à espera de serviços
básicos e se expandem com o surgimento de invasões na área urbana.
A
última está crescendo sem maior intervenção do poder público, no bairro
Zumbi, na Zona Leste. Parte do terreno é particular e a outra área que
abrigaria uma Unidade Básica de Saúde (UBS), cuja construção está
paralisada, foi desocupada pela Prefeitura de Manaus. No entanto, os
invasores apenas mudaram alguns metros do terreno da prefeitura para o
que pertence a uma empresária.
Dados
do último senso do IBGE, em 2010, mostram que naquele ano, 3.690
moradores de Manaus não tinham sequer banheiro ou sanitário. Realidade
que continua nos dias atuais, como nesta invasão. Até comunidades em
bairros consolidados pela lei de divisão dos bairros 1.401 de janeiro de
2010, sofrem com a falta de serviços básicos, entre eles, pavimentação.
Em
pouco tempo a realidade de Manaus é transformada, porém o que fica mais
evidente são as mudança negativas que acontecem em maior velocidade que
as melhorias.
A Câmara Municipal
está analisando a proposta de um novo Plano Diretor de Manaus. Contudo,
enquanto as diretrizes que vão nortear a atuação do poder público no
crescimento da capital e oferta de serviços públicos essenciais a
melhoria da população não ficam prontos, a população cria suas próprias
alternativas de sobrevivência é moradia, em determinados caso, ferindo
normas que deveriam ser aplicadas e fiscalizadas.
Veículos
Se
cresce a população, cresce também a frota de veículos na cidade. No
Amazonas, este número é quase 800 mil segundo o Detran-AM. Dados de
Denatran mostram que até julho deste ano, só a capital tinha 562.332
veículos do total do Estado. Destes 302.624 são carros, 115.238 são
motocicletas, além de 16.281 caminhões, 2.466 tratores, entre outros
125.723 veículos de outros tipos.
O
adensamento da frota resulta em dificuldade no tráfego em uma cidade
que não foi pensada para suportar tantos veículos. De um lado, quem
reúne recursos para migrar para o transporte individual quer conforto e
independência na mobilidade urbana. Do outro, usuários do transporte
público fazem reiteradas críticas ao sistema.
Ambos, contudo, esbarram nos congestionamentos que se tornaram comuns
por conta da entrada diária de novos veículos na cidade, fenômeno que
apenas agrava e afunila o trânsito.
O
professor da Universidade Federal do Amazonas Geraldo Alves, doutor em
Engenharia de Transportes, é claro destacar o caminho errado que a
cidade está tomando na opção pelo transporte individual e alerta que a
população não vai abrir mão dos carros enquanto não houver um melhor
transporte coletivo de massas em Manaus.
O
próprio diretor-presidente do Instituto Municipal de Engenharia e
Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), Paulo Henrique Martins, afirmou
que o caos existe porque nunca houve planejamento para o trânsito da
cidade. Até os viadutos e passagens de níveis que foram feitos com meio
bilhão de reais nos últimos anos foram feito de forma errada e
precisarão ser refeitos.
Vida e morte
Somente
em 2011 nasceram 42.523 pessoas em Manaus. No ano passado, morreram
3.759 nos hospitais da capital. Destes 2.131 eram homens e 1.628
mulheres. Em 2011, foram 9.440 mortes, sendo 8.931 de causas naturais,
505 violentas e 4 de razões ignoradas, segundo o IBGE. Em 2013 Manaus
completará 344 anos com quase 2 milhões de habitantes.
Professores
Manaus
tem 11.755 professores no Ensino Fundamental, sendo 2.527 em escola
particular, 5.148 em escola pública municipal, 4.034 em escola pública
estadual e 46 em escola em pública federal. No Ensino Médio são 3.335
professores. Destes, 699 estão na rede privada, 2.604 na escola pública
estadual e 232 em escolas públicas federais.
Migração
A
colônia paraense no Amazonas ainda é maior. Em 2012 eles alcançaram a
marca de 199 mil pessoas, o que representou 5,4% do total da população
do estado. O segundo maior grupo de migrante no Amazonas passou a ser de
Acreanos com 1,8% (67 mil pessoas). E o terceiro era formado pelos
maranhenses (1,3%).
Crescimento superlativo
As
maiorias dos telefones presentes nas casas, ou seja 75%, são celulares.
Os domicílios que possuem celular e telefone fixo convencional são 20%.
O uso de telefone fixo vem caindo de ano para ano.
Se
a telefonia fixa reduziu, a cada ano o número de computadores nas casas
dos amazonenses aumenta. Em 2004 somente 8% tinham o equipamento. Em
2012 o porcentual passou para 35%, um salto de 49 mil para 324 mil
domicílios com microcomputador. O acesso a internet atingiu em 2012, 27%
das casas (252 mil domicílios).
http://acritica.uol.com.br/manaus/Manaus-capital-contrastes_0_1001299902.html

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