Imigrantes
haitianos teriam entrado no país pela Amazônia, nas fronteiras com o
Peru e Bolívia. Eles seriam portadores do vírus Ebola e estariam
disseminando a doença na região, o que poderia causar uma epidemia. A
Polícia Militar vai parar no dia 1º de maio, a cidade vai virar um caos e
as pessoas precisam evitar sair às ruas ir aos bancos e fazer compras
porque podem ser atacadas por criminosos.
Boatos
assim aparecem com frequência nas redes sociais e são disseminados com
imensa facilidade e rapidez pelo mundo virtual. Na maioria das vezes
causam pânico ou situações embaraçosas para as vítimas da “boataria”.
A
falsa notícia sobre os haitianos ganhou repercussão entre usuários das
redes sociais e causou pânico na população da cidade acreana de
Brasiléia, que faz fronteira com a Bolívia, por onde, segundo o boato,
os haitianos estavam entrando para o Brasil. Por meio das redes sociais a
falsa notícia ganhou o mundo e espalhou medo.
O
governo do Acre teve a preocupação de desmentir a notícia falsa e negou
qualquer indício da doença e acrescentou que desde a chegada dos
primeiros haitianos, em 2010, à cidade de Brasileia, os controles
sanitários foram reforçados e colocados em ação campanhas de vacinação
para diferentes tipos de doenças.
A
dona de casa Waldelúcia Cidade, 29, ficou preocupada com a
possibilidade da paralisação da Polícia Militar. Ela recebeu a
informação de uma amiga e, embora não tivesse acreditado 100%, decidiu
alertar as amigas. Por meio de mensagens pelo aplicativo Whatsapp ela
enviou pedidos de oração para que Deus impedisse que o pior pudesse
acontecer. “Eu pensei logo na segurança dos meus filhos e dos meus
amigos”, disse.
O
doutor em linguística e análise do discurso, Sérgio Freire, chama a
atenção da população para a necessidade de checar as informações e se
elas são verdadeiras ou não antes de repassá-las. Pode ser feita junto
aos órgãos de imprensa e as instituições relacionas ao boato. No caso
dos haitianos, deveria recorrer às instituições de saúde.
Sérgio
Freire diz que o mundo hoje está vivendo numa sociedade da visibilidade
e que as pessoas fazem de tudo para aparecer e estar em evidência.
“Quem não aparece nas mídias sociais não existe”, diz. O que preocupa é
que esse desejo de estar em evidência e aparecendo nas redes sociais
está transformando o que antes era considerado privado, em público.
Segundo
o doutor são várias as razões que levam uma pessoa a criar um boato.
Primeiro porque as pessoas sentem a necessidade se mostrar e por isso
não medem consequências e desprezam questões éticas pela vontade de
aparecer. Alguns fazem como realização pessoal e outros por questões
sociais. “A tendência dos boatos é aumentar por conta das do momento
político que estamos vivendo”, aposta Freire.
O
coordenador do curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), João Bosco Ferreira, diz que os boatos surgem devido a atitude
fora dos padrões éticos e legais da sociedade. Qualquer pessoa pode por
mal caratismo e até vingança colocar a imagem de uma pessoa nas redes
sociais e acusá-la de algum crime ou criar boatos com informações
mentirosas sobre ela. Isso pode causar prejuízo direto a quem foi
envolvido. No caso dos haitianos, qualquer negro vai ser considerado
contaminado e isso é um absurdo.
Soluções
Segundo
Sérgio Freire, as pessoas são responsáveis pela coisas que dizem na
Internet criminalmente e civilmente. “Precisamos criar mecanismos de
controle que garantam ao cidadão a sua integridade”, disse. Há a
necessidade da criação de uma lei de crimes específicos de Internet.
Hoje eles são julgados com o código civil o juiz pega e faz analogia.
Para Freire o Marco Civil assinada pela presidente Dilma Rousseff na
quarta-feira (23) é um avanço no controle do uso da Internet.
http://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-politica-forca-boato-internet-informacoes-falsas-redes-sociais-facebook-twitter-whatsapp-mensagens-instantaneas-troca-chat-internet-sergio-freire-bosco-ufam_0_1127287283.html
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