Depois de ser criticada por lucrar alto com a Copa do Mundo e não
repassar parte dos valores arrecadados ao país-sede –
um dos motivos dos
protestos ao redor dos estádios na Copa das Confederações –, a Fifa
decidiu anunciar nesta quinta-feira, véspera do sorteio dos grupos do
Mundial, um milionário investimento no estímulo ao futebol de base e a
projetos ligados à educação no Brasil. A criação do chamado "fundo de
legado" não é inédita: a África do Sul, anfitriã do último Mundial, já
recebeu esse repasse da Fifa. A diferença, no caso do Brasil, será a
abertura desse fundo antes mesmo do início do evento, numa aparente
tentativa de melhorar a imagem da entidade no país. De acordo com o
presidente da Fifa, Joseph Blatter, o fundo será iniciado com um
investimento de 20 milhões de dólares e poderá passar aos 100 milhões – o
equivalente a 235 milhões de reais – quando a Copa terminar. O
secretário-geral Jérôme Valcke explicou que o funcionamento do fundo
ainda está sendo estudado – não se sabe, por exemplo, se será criada uma
fundação para administrar e repassar o dinheiro. Ele esclareceu que o
objetivo não é ajudar os clubes e federações, mas sim financiar projetos
ligados à formação de atletas e educação de jovens jogadores.
A Fifa abriu os cofres não só para os anfitriões, mas também para os 32
participantes do Mundial (além dos clubes que fornecerão os astros do
torneio). Valcke anunciou que o prêmio destinado ao campeão em 2014 será
de 35 milhões de dólares, o equivalente a 82 milhões de reais. Na
África do Sul, a Espanha recebeu 30 milhões de dólares ao levantar a
taça. O vice em 2014 valerá 25 milhões, enquanto o terceiro e quarto
colocados ficarão com 22 milhões e 20 milhões, respectivamente. Quem
ficar pelo caminho nas quartas leva para casa 14 milhões de dólares, e
quem cair nas oitavas fica com 9 milhões. No total, o Comitê de Finanças
da Fifa liberou uma premiação de 576 milhões de dólares, aumento de 37%
em relação à África do Sul-2010. Boa parte dessa verba, porém, será
reservada a um novo programa de compensação aos clubes que acabam sendo
prejudicados por lesões sofridas por seus jogadores a serviço das
seleções. Serão 100 milhões de dólares apenas para esse fim. Outros 70
milhões serão repassados aos clubes que fornecerem atletas aos 32 times
participantes da Copa. A diferença entre os prêmios às seleções de 2010 e
2014 acabou sendo menor do que se previa: passou de um montante total
de 348 milhões de dólares há três anos para 358 milhões no ano que vem.

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