As
intenções de voto de Dilma caíram para 37,0 por cento, ante 43,7 por
cento em fevereiro, e Aécio subiu para 21,6 por cento (ante 17,0 por
cento). O terceiro colocado na disputa, Eduardo Campos (PSB), avançou
para 11,8 por cento (9,9 por cento), mas dentro da margem de erro da
pesquisa, de 2,2 pontos percentuais.
Esse
cenário, segundo o diretor-executivo da Confederação Nacional dos
Transportes (CNT), Bruno Batista, deixa aberta a possibilidade de
segundo turno, já que a diferença entre a intenção de votos de Dilma e a
soma dos dois principais adversários fica dentro da margem de erro de
2,2 pontos percentuais.
"Houve
uma queda geral da avaliação do governo, por problemas levantados. E a
grande inovação dos dados foi que eles mostraram pela primeira vez uma
arrancada mais forte da oposição. Houve migração de votos da Dilma
principalmente para os dois candidatos de oposição, Aécio Neves e
Eduardo Campos", avaliou Batista.
No
levantamento espontâneo, quando o nome dos candidatos não é mencionado,
Dilma oscilou para baixo a 20,5 por cento (21,3 por cento), enquanto
Aécio subiu para 9,3 por cento (5,6 por cento). Campos também subiu no
levantamento espontâneo para 3,6 por cento (1,6 por cento).
E
Dilma tem a maior rejeição entre os três principais candidatos, com
43,1 por cento afirmando que não votariam nela de modo algum. Para Aécio
esse percentual foi de 32,4 por cento e para Campos, 29,9 por cento. A
rejeição à petista era de 37,3 por cento em fevereiro.
"A
rejeição dela superou a barreira dos 40 por cento, que historicamente é
um limite para eleição", analisou Bruno. "De toda forma, é importante
destacar que ainda há tempo para o governo tomar medidas que consigam
minimizar esse impacto. É difícil afirmar agora que esse limite de votos
seja definitivo até o final."
Para Bruno, "está se formando um cenário de tempestade perfeita".
Num
eventual segundo turno entre Dilma e Aécio, a presidente ainda
venceria, mas por uma margem bem menor que a mostrada em fevereiro: 39,2
a 29,3 por cento (46,6 a 23,4 por cento).
Contra
Campos, o cenário é um pouco mais confortável num possível segundo
turno. Dilma o venceria por 41,3 por cento a 24 por cento. Essa
diferença também foi maior em fevereiro (48,6 a 18 por cento).
O
presidente do DEM, senador José Agripino (RN), atribuiu a queda de
Dilma nas pesquisas à "volta da inflação, à corrupção endêmica,
promessas feitas e não cumpridas, como a questão da energia elétrica".
Para ele, "tudo isso é percebido".
"As
pessoas se desencantam com o governo e começam a mudar a sua
preferência, e olhe que ainda não estamos em campanha", acrescentou.
O
líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), tentou
minimizar o resultado da pesquisa. "Todos os candidatos à Presidência da
República para reeleição entre maio e junho tiveram baixo desempenho",
argumentou. "É uma característica do desempenho eleitoral na
pré-campanha", afirmou.
Aumenta desaprovação do governo
De
acordo com o levantamento do instituto MDA, encomendado pela
Confederação Nacional do Transporte (CNT), 32,9 por cento dos
entrevistados têm uma avaliação positiva do governo Dilma, ante 36,4 por
cento em fevereiro, 35,9 por cento veem o governo como regular (37,9
por cento na sondagem anterior) e 30,6 por cento avaliam negativamente
(24,8 por cento).
Em
todas as cinco áreas em que a pesquisa questiona a expectativa sobre os
próximos seis meses (emprego, renda, saúde, educação e segurança
pública) houve aumento do pessimismo.
Para
79,1 por cento dos entrevistados o custo de vida aumentou nos últimos
seis meses. Para 44,3 por cento, a economia não vai crescer ou irá até
se retrair neste ano. E para 72,8 por cento a inflação aumentará neste
ano.
A
aprovação pessoal de Dilma teve forte queda para 47,9 por cento, ante
55 por cento, enquanto a desaprovação subiu para 46,1 por cento, ante 41
por cento.
A
pesquisa mostrou também que 39,5 por cento querem que o próximo governo
mude completamente a forma de governar, ante 37,2 por cento em
fevereiro. Nesse item, outros 29,2 por cento querem mudanças na maioria
das ações do governo. Para 28,1 por cento, o próximo governo tem que
continuar com a maioria ou totalidade das ações atuais. Esse percentual
era de 35,2 por cento em fevereiro.
A
imagem de boa gestora, principal arma de Dilma para vencer as eleições
em 2010, também parece estar à deriva. Questionados sobre a capacidade
da petista para gerir o governo, 30,6 por cento disseram que ela não é
uma boa gestora. Outros 44,8 por cento disseram que ela é apenas
regular, às vezes acerta e às vezes erra. Para 22,3 por cento, a
presidente é boa gerente.
Petrobras
Outro
tema abordado pela sondagem foi a compra pela Petrobras PETR4.SA da
refinaria em Pasadena (EUA). Sobre o total de entrevistados, 33,4 por
cento consideram que Dilma, que era presidente do Conselho da estatal na
ocasião, tem responsabilidade pela compra.
Mas
apenas 50,2 por cento dos entrevistados disseram conhecer o assunto.
Nesse grupo, 66,5 por cento consideram que a presidente tem
responsabilidade pela compra da refinaria.
No
grupo dos que estão informados sobre o tema, 80,5 por cento acreditam
que houve irregularidades no negócio e 91,4 por cento apoiam a criação
de uma CPI para investigar a Petrobras. A Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) deve ser instalada no Senado nas próximas semanas,
depois que as tentativas do governo para evitar a investigação política
naufragaram.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 24 Unidades da Federação, entre os dias 20 e 25 de abril.
http://acritica.uol.com.br/noticias/Dilma-Aecio-eleicao-caminha-levantamento_0_1129087102.html
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