Parece que os ingleses não estão gostando nem um pouco de vir jogar em Manaus na copa, como exemplo disso o jornal inglês The Daily Mirror, que tem uma distribuição de mais de 1 milhão de exemplares, está mostrando Manaus com uma das piores cidades da Terra usando como título "Manaus homicida: Um dos lugares maus mortais do mundo" além de dizer que aqui é um inferno dominado pelo crime.
Como
argumentos, o repórter Patrick Hill usou o dado de que, em 2012, 945
homicídios aconteceram em Manaus, sendo que 70% deles estariam ligados
ao tráfico de drogas. Mas o crime e a decadência da cidade não são os
únicos pontos negativos da matéria, que passa a focar nos preços
“absurdamente caros” cobrados aos turistas que visitam a cidade.
A
reportagem diz que, na noite de sábado, apenas poucos quartos ainda
estavam disponíveis na “cidade isolada”, onde “chefes de hotéis estão
lucrando descaradamente ao cobrarem até £ 500 (cerca de R$ 1,9 mil) para
uma noite num quarto básico” para uma data perto do jogo contra a
Itália, no dia 14 de junho do próximo ano, além do vôo mais barato
saindo de Londres, via Lisboa, sair a £ 1,200 (R$ 4,5 mil,
aproximadamente).
Para
ilustrar o isolamento de Manaus, a distância entre a capital e o Rio de
Janeiro é enfatizada – onde demora-se quatro horas de avião ou dez
dias, por estradas e rios, e ilustra Manaus com imagens de palafitas e
favelas sobre os igarapés.
O
texto volta a falar das favelas que comandam os “distritos sem lei”
locais, dizendo que os casebres são pintados de cores diferentes para
indicar à população que tipo de drogas eles vendem.
Apesar
de mencionarem que Manaus foi um dia uma das mais ricas cidades do
Brasil, por causa da extração da borracha, fala que atualmente é um dos
lugares mais perigosos e brutais do País, onde “barões da cocaína
assumiram controle”. “Eles são tão temidos que juízes são escoltados 24
horas por dia por uma equipe de elite da polícia”, escreve Hill.
Clima local inflamou debates
A matéria veio embalada pela discussão iniciada por Roy Hodgson, treinador da Seleção inglesa, e inflamada com a resposta do Prefeito de Manaus, Artur Neto. Assunto que, aliás, o tabloide britânico vem explorando bem nos últimos dias.
A
matéria também cita a rusga entre o técnico e o político, dizendo que o
Prefeito respondeu indignadamente à declaração de Roy, que por sua vez
provocou fúria em Manaus. “Mas ontem (sábado, 7), ele (Artur Neto)
parabenizou a Inglaterra por ‘ter o privilégio de jogar em Manaus’”,
encerra a matéria.
Cônsul não dá crédito ao tábloide
O
cônsul da Grã-Bretanha em Manaus, Vincent Brown, minimiza a situação.
“De forma geral a imprensa inglesa é escandalosa, gosta de exagerar, e o
Daily Mirror não é um dos mais confiáveis veículos”, afirma.
Brown
cita que neste domingo, inclusive, estava lendo um artigo no site do
The Telegraph - este sim um dos mais respeitados jornais britânicos -,
que alertava para turistas tomarem cuidado com a malária quando
estivessem em Manaus.
“De
forma geral, não é um problema tão grave da cidade. O que está havendo é
toda uma reação à resposta do Prefeito e da mudança de horários dos
jogos, essas coisas Mas há muito desconhecimento quanto a Manaus, (a
imprensa inglesa) não entende bem a situação e vende em função deste
tipo de coisa”, acrescenta o cônsul, que mora há 23 anos na capital
amazonense e ocupa o cargo desde 1994.
Ele,
porém, afirma ser verdadeiro o valor exorbitante cobrado nos hotéis
locais depois do Sorteio Final da Fifa. Um amigo pessoal seu pediu ajuda
para encontrar quarto disponível para a semana da disputa entre
Inglaterra e Itália e a busca surpreendeu Brown. “O St. Paul, na avenida
Ramos Ferreira, já está cobrando R$ 1 mil por noite. Obvio que tem
muita coisa acontecendo, mas está inacreditável”, completa.
http://acritica.uol.com.br/manaus/Tabloide-descreve-Manaus-mortais-Terra_0_1043895615.html
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