Sexo
Falar sobre sexo na sala de aula ainda é um assunto
que divide opiniões entre pais e pedagogos. Profissionais de escolas
públicas e privadas de Manaus, afirmam que a responsabilidade principal
da educação sexual é da família, entretanto, a escola, que teria o papel
de complementar, passou a ser difusora principal do assunto. Segundo os
educadores, falar de "sexo" ainda é tabu para alguns pais, que muitas
vezes se sentem constrangidos ao tocar no assunto com os filhos.
Geralmente
os adolescentes passam a se interessar pelo assunto quando estão no 9º
ano do ensino fundamental, segundo Delta Segadilha, coordenadora do
programa "Saúde Escolar" da Secretaria de Educação do Estado do
Amazonas. Porém, ela lembrou que a importância da educação sexual na
escola vai desde o primeiro ciclo, às séries mais avançadas.
Para
ela, fazer orientações sexuais é preparar as crianças de forma segura,
para que elas possam se tornar futuros cidadãos livres de preconceitos e
dúvidas quando o assunto em questão for "sexo". Delta contou que as
escolas públicas estaduais contam com diversas atividades da parte
pedagógica, onde existem projetos e programas desenvolvidos em parceira
com o Ministério de Educação, Saúde, e demais parceiros de universidades
de Manaus.
Tabu
Além dos programas, a
coordenadora do programa "Saúde Escolar" ressaltou a importância de
formar os professores para falarem com os alunos sobre a temática,
porém, lembrou que existem educadores que ainda não sabem abordar o tema
com os alunos. "Para isso nós temos um treinamento que acontece todos
os anos envolvendo o assunto, pois é fato que existem professores que
ainda persistem em certos tabus, então resolvemos treinar pessoas
específicas para a área, no qual o foco é educação sexual e direitos
reprodutivos", contou.
Quanto aos pais de alunos de escolas
públicas que não desejam que o assunto "sexo" seja repassado ao seus
filhos, a coordenadora explicou que nas reuniões de pais com a
coordenação, o cronograma do que será abordado nas aulas sempre são
passados aos responsáveis, e quem não quiser que o aluno participe das
palestras, basta se manifestar contra. Entretanto, Delta ressaltou que
nem todas as famílias estão preparadas para falar sobre o assunto com os
filhos, pois muitos pais não sabem de como educar sexualmente seus
filhos. "Se a escola não fizer, quem é que vai fazer?", indagou.
Quem
também concorda que a escola tem um papel fundamental
na educação sexual das crianças e adolescentes é a psicóloga educacional
do Colégio Dom Bosco, Samadah Amazonas, que há 10 anos trabalha na
área. "Existem falsos paradigmas que nós procuramos quebrar diariamente.
Por tratar-se de uma instituição católica, levantamos a questão de que
a educação deve se dar como um todo, não somente com os conteúdos",
declarou.
Papel da escola e da família
Para
ela, a segunda esfera de socialização da criança e do adolescente é a
escola, que teoricamente funcionaria como um complemento na
educação sexual, porém, a realidade é completamente diferente. "Existem
algumas crenças de que a educação doméstica seria responsável, mas que
não é. Existem mães que não falam com suas filhas nem sobre
menstruação", comentou.
Samadah informou que o Colégio Dom Bosco
realiza periodicamente palestras que são ministradas para alunos
da educação infantil ao ensino médio, "claro que trabalhamos conforme a
idade do aluno, com os mais novos nós vamos amadurecendo a ideia de
higiene pessoal, que também entra na questão da educação sexual", disse
ela, que também lembrou que todo o conteúdo que é ministrado nas
palestras é informado aos responsáveis, "isso é para que eles não fiquem
assustados quando os filhos chegarem em casa comentando que o nome das
genitais não é "florzinha" ou "piu piu", e sim vagina e pênis".
Para
a psicóloga, a sexualidade não está ligada apenas ao ato da prática de
sexo, mas também a sensações, sentimentos e emoções. O que para os pais
muitas vezes não é levado em conta quando se fala em orientação sexual.
Além disso, as orientações não são apenas para evitar gravidez, mas
também para alertar sobre as doenças sexualmente transmissíveis.
A
dona de casa Giselle Farias, 40, mãe de Giulia, de 14 anos, afirmou que
gosta quando os profissionais da escola explanam sobre educação sexual.
Ela conta que não se sente envergonhada ao falar do assunto com a
filha, mas confessou que prefere que um educador profissional instrua a
adolescente. "Eu converso bastante com minha filha, mas sei que existem
assuntos que ela tem dúvidas e que não tem coragem de chegar até a mim e
perguntar, por isso acho importante a ajuda da escola e de
profissionais que sejam treinados para isso. Infelizmente, muitas
famílias são muito tradicionais ou mal informadas e não tocam no assunto
"sexo" com os adolescentes. Mas ainda acredito que é melhor prevenir do
que remediar", declarou Giselle.
Palestras preventivas
'Prevenir' também é uma das preocupações da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que informou por meio de sua assessoria que a 'educação sexual' começa a ser trabalhada nas escolas a partir da educação infantil, por meio de palestras informativas abordando o tema 'higiene pessoal'. Já no ensino fundamental, (6º ao 9º ano), é desenvolvido um projeto com professores, pais e alunos com palestras preventivas, oficinas, encontro com os diretores e atividades com alunos e familiares.
A Coordenadora das Ações de Enfrentamento à Violência da Semed, Eliana Hayden, contou que essa metodologia de trabalho nas escolas Municipais começou em 2004 e gradativamente foi atingindo todas as escolas. Ela informou que o tema é trabalhado de uma forma interdisciplinar, com professores de ciências, português, história e ensino religioso de acordo com os fenômenos que acontecem na instituição.
'Prevenir' também é uma das preocupações da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que informou por meio de sua assessoria que a 'educação sexual' começa a ser trabalhada nas escolas a partir da educação infantil, por meio de palestras informativas abordando o tema 'higiene pessoal'. Já no ensino fundamental, (6º ao 9º ano), é desenvolvido um projeto com professores, pais e alunos com palestras preventivas, oficinas, encontro com os diretores e atividades com alunos e familiares.
A Coordenadora das Ações de Enfrentamento à Violência da Semed, Eliana Hayden, contou que essa metodologia de trabalho nas escolas Municipais começou em 2004 e gradativamente foi atingindo todas as escolas. Ela informou que o tema é trabalhado de uma forma interdisciplinar, com professores de ciências, português, história e ensino religioso de acordo com os fenômenos que acontecem na instituição.
Eliana, como as demais entrevistadas, também
concorda que o assunto é de responsabilidade familiar, porém, muitas
vezes não é discutido em casa. "Existe uma lacuna muito grande que não é
preenchida pela família, então, a escola preenche. Hoje em dia se ouve
falar muito mais em gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e
violência sexual nas escolas e na mídia, do que em casa", disse,
ressaltando que há quatro anos, as famílias eram mais resistentes ao
tema, mas que agora, estão mais flexíveis por conta da interação
família/escola.
A enfermeira Áurea Santos, 42, mãe de um adolescente de 12 anos, e outro de 16, contou que conversa abertamente sobre sexo com seus filhos. Para ela, a escola é muito importante na formação de educação sexual, porém, o papel principal, segundo ela, ainda é da família. "Eu sei que muitos pais não conversam sobre isso, ou vêem como um assunto proibido, e é por isso que vemos meninas cada vez mais novas engravidando. Eu instruo meus filhos desde quando eles completaram 10 anos. Não quero ser vó cedo, ou que eles peguem algum tipo de doença, por isso sempre procuro manter um diálogo", disse.
A enfermeira Áurea Santos, 42, mãe de um adolescente de 12 anos, e outro de 16, contou que conversa abertamente sobre sexo com seus filhos. Para ela, a escola é muito importante na formação de educação sexual, porém, o papel principal, segundo ela, ainda é da família. "Eu sei que muitos pais não conversam sobre isso, ou vêem como um assunto proibido, e é por isso que vemos meninas cada vez mais novas engravidando. Eu instruo meus filhos desde quando eles completaram 10 anos. Não quero ser vó cedo, ou que eles peguem algum tipo de doença, por isso sempre procuro manter um diálogo", disse.
Portal D24
Eder Maia-Social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário